Sir James Paul McCartney, o espetáculo dele do último dia 21 de novembro, é o real motivo de eu ter criado esse blog. Simplesmente porque precisava desabafar, tirar do peito toda a emoção que foi ter visto ele.
Sabe aquela sensação de sonho realizado? Pois é, NÃO foi essa a sensação que eu tive. Ah gente, até parece que eu ia sonhar com isso um dia, né? Ver um show, um espetáculo de um ex-Beatle?! Nem nos meus mais loucos sonhos!
Pra quem não sabe, ou simplesmente nunca foi na casa do meu pai, eu nasci e fui criada em um ambiente Beatlemaniaco... fazia coreografias para músicas deles, aprendi inglês ouvindo eles, e pentelhava meu pai para ouvir o Please Please Me ou a coletânea vermelha no carro (porque era criança demais para entender a beleza das músicas da segunda fase dos Beatles, e as super animadas eram bem mais legais!)
Uma das coisas que mais une minha família é essa banda, esses 4 magrelos de Liverpool são assunto para muitas conversas, estão presentes nas horas mais íntimas, são trilha sonora das ceias de Natal... e graças ao Bruno que nos apresentou a essa maravilha que é o Rock Band dos Beatles, podemos cantar, chorar e nos expor ao ridículo ao latir em Hey Bulldog com eles, e é maravilhoso!
E para mim, nunca ia passar disso, nunca me atrevi sonhar com um momento como o de domingo. O Paul não vinha pro Brasil há uns 17 anos, está com quase 70 anos... qual era a probabilidade dos boatos que acontecem todos os anos serem reais justo nesse ano?
É claro que para mim eram boatos até o dia que consegui comprar meu ingresso, o que não foi lá a coisa mais fácil do mundo. Eu jamais perderia a oportunidade de sentir o que eu senti, por isso não me importei em não ir na Pista Premium, já que nessa seria praticamente impossível mesmooo ir.
"Tudo bem, vou num show do Paul McCartney, já assisti o KISS, o Aerosmith, os Jonas Brothers, sei qual é a sensação de um show. É claro que o do Paul vai ser mais emocionante, mas é só um show", foi o que eu pensei enquanto contava os dias no Twitter pro show. Eu nem sabia o que me esperava...
Como todo pré-show, tem sempre o stress de ficar na fila, se preparar com água e banheiro, aguentar as pessoas fumando do seu lado, sentir o desespero das pessoas em já ficar em lugares bons quando ainda faltam 4 horas pro começo do show, e acabar saindo de um lugar ótimo porque as pessoas do lado, apesar de estarem lá com o mesmo propósito, acabam esquecendo um pouco o respeito com os outros pela empolgação do momento, afinal, Rock 'n' Roll não é pra qualquer um! (Não vou comentar sobre as escolhas do DJ para a seleção de músicas pré-show do Paul, porque foi uó!)
No fim, acabamos achando um lugar bem legal, e o meu pai que estava na Cadeira Superior, ficou cuidando da gente pelo binóculos hahahaha.
O show começou com uma montagem linda de fotos e vídeos passando no telão com músicas dele em versão remix... Linda!!
Ele entrou, e demorou um pouco para eu conseguir ver o rei, de terninho azul e com toda a elegância de um Lord inglês. Eu me arrepiei todinha e percebi que não conseguia parar de gritar!!
Vendo ele se apresentar, e ler em sua colinha aquele monteee de frases complicadas que ele conseguiu decorar em português para nos levar ao delírio, ver a fofura dele em tudo que ele falava e fazia, ver seu terno azul, sua calça social, camisa e suspensório, nos faz entender porque ele tem a honra de ser um Sir, e ele representa esse título em todos os aspectos!
A sua educação, a sua empolgação, o seu baixo, AQUELE baixo, o BAIXO DO PAUL...faz do show um espetáculo! Além é claro do repertório (tá, eu te perdôo por não ter cantado I Saw Her Standing There), e da banda maravilhosa e fofa como ele que o acompanham, é tudo surreal, tudo parece um sonho!
Algumas músicas como Here Today e Something eu tinha absoluta certeza de que iria chorar demais quando ouvisse, mas outras que nunca me tocaram tanto como Blackbird e And I Love Her me surpreenderam, ouvir a voz dele me arrepiou, e eu chorei com toda a minha alma... como é encantador o show dele, como é lindo!
Além do Paul, da banda e todo empenho para ser o melhor show de nossas vidas, as 60 mil pessoas que estavam lá assistindo também fizeram o show lindo daquele jeito. Era um coro ensaiado em cada música, era uma homenagem simples como um "We Love You, Yeah, Yeah, Yeah", ou os isqueiros/celulares acessos durante a Let it Be... mas nada foi tão emocionante como as bexigas brancas balançando durante a A Day In The Life, e que foram atiradas ao palco em Give Peace a Chance, que pedido lindo de paz, foi maravilhoso!
Outras como Live and Let Die e a tão esperada Helter Skelter me tiraram do chão, fizeram meu coração disparar e provaram que rockstar aquele homem é, e porque ele fez parte da melhor banda de todos os tempos!
E cada música que eu conhecia há tantos anos era especial, e outras dele que conheci só lá no show, nenhuma música foi mais ou menos, era uma melhor que a outra!! E todas me faziam dançar, e cada uma me dava uma sensação nova!
Na primeira vez que ele saiu começou a bater aquela sensação de "Ahh não, já vai acabar, esse momento já vai virar só uma lembrança..." e foi ai que percebi que ele não parou para beber água em nenhum momento, aquele senhor com quase 70 anos não parou, muito pelo contrário, ficou correndo de um lado para o outro no palco para se certificar de que todos soubessem que ele estava nos vendo, mesmo a última pessoa da Arquibancada Laranja... Ele é demais!!
E eu me apeguei, não conseguia me despedir, e graças ao Rock Band eu já sabia quando a última música, The End estava para acabar, e foi muuito difícil deixar ele ir, até insistimos para ele ficar mas ele disse que precisava ir embora, que precisava dormir e que nós precisávamos ir pra casa também... ahh até parece que alguém ali estava pensando em algum futuro, todos só agradeciam por aquela noite maravilhosa, aquela lua linda, aquele gentleman nos fazendo sentir especiais, aquela sensação de sonho realizado, por mais que fosse um sonho muito louco até para sonhar!!
É claro que eu não esperava que esse post ficasse tão grande, mas todas essas palavras ainda é muito pouco para explicar o que senti com esse show, foi indescritível, e INESQUECÍVEL, Paul se você ler isso, MUITO OBRIGADA, e depois vamos ter uma conversa séria sobre I Saw Her Standing There, ok?
Agradecimentos especiais também pro meu pai que me mostrou a beleza dessa banda, que me transformou em uma Beatlemaníaca, e que patrocinou minha presença no show... e ao Bruno por aguentar meus chiliques nas dificuldades pré-show, por se importar com a minha visão do show, e por aguentar meus gritos, choros e desesperos na hora do show!! Amooooooo vocês!!
